No momento em que se discute a ética nas relações, devido ao momento político que vivemos, vale o alerta que o famoso “jeitinho” pode muitas vezes ser crime.
Ele tem sido usado por anos contra seguradoras – pessoas e empresas tentam encontrar maneiras de fazer fraudes em seguros para acionar os seguros a fim de obter ressarcimentos, indenizações ou omissão do pagamento de franquias em benefício próprio. Quando isso fere situações previstas no contrato com a seguradora ou há comprovação de alteração do fato gerador do sinistro, configura-se uma fraude. Segundo uma pesquisa realizada pela CNSeg, em 2012, as fraudes comprovadas custaram às seguradoras brasileiras o déficit equivalente a R$ 341 milhões.
Já se identificou que a frequência do ato se repete nas seguintes situações: simulação de roubo de veículos, inversão de culpa nos acidentes de trânsito, agravo do sinistro para fugir do pagamento de franquias, taxações indevidas nos orçamentos de oficinas e omissão ou alteração de informações no ato de contratação de seguros.
Identificar fraudes é um processo que as seguradoras de todo o mundo têm se especializado para conseguir capturar as mentiras contadas pelos fraudulentos. Além de desonesto, este é um processo que acaba saindo bem mais caro para o indivíduo que tenta fraudar seguros quando descoberto.
Conheça os hábitos mais comuns para conseguir fraudar seguros:
CEP de circulação e de pernoite: o indivíduo altera o CEP referente a região onde atua e circula, uma vez que existe variações entre valores de sinistros conforme áreas. Por exemplo, alguém registra o CEP do local de trabalho como residencial, porque a região é mais barata e o custo do seguro é menor.
Alteração de provocador de acidentes: altera-se a responsabilidade do provocador do acidente, uma vez que quem bateu não possui seguro. Esta situação acontece na grande maioria das vezes quando as partes prejudicadas firmam o acordo entre si, onde o responsável pela batida paga a franquia daquele que possui seguro. Já que o custo da franquia se torna menor que o do conserto.
Acordos com oficinas: pede-se que batidas antigas sejam concertadas junto com as mais atuais, ou que, o dono da oficina justifique um valor maior para o concerto. A fim de que ambas as partes possam receber determinada quantia disponibilizado pela seguradora.
Condutores de carro: troca dos condutores de veículos na hora do acionamento do seguro, caso o real condutor esteja impedido de dirigir por determinados motivos (menores de idade, não habilitado, após o uso de bebidas alcoólicas, com cartas suspensas). Essas situações são comuns quando menores de idade batem automóveis e seus pais ou responsáveis assumem a responsabilidade pela batida.
Seguro de carro clonado: carros que tiveram a placa adulteradas, e são na verdade, veículos roubados ou de desmanche.
Já nos demais seguros:
Seguro saúde: tentativa de passar cartões de seguros para que outras pessoas possam utilizar o recurso. Tal fraude é considerada falsidade ideológica. Há também o registro de casos que ao fazer o seguro, o indivíduo omite informações sobre seu estado de saúde atual para que o valor seja mais baixo.
Seguro Residencial: Troca de eletrodomésticos, provocação de danos intencionais para que seja acionado o seguro. Simulação de arrombamentos e assaltos e alteração de cena do crime.
Portanto, diante da situação em que todos nós questionamos nossos políticos quanto a honestidade, justiça e verdade, vale a pena avaliarmos se nós também as praticamos.
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